sexta-feira, setembro 04, 2009

Walkmeniano

Sim, terça-feira fui ver a melhor banda do mundo.
O espaço era pequeno, um intermédio entre o Musicbox e o Paradise Garage. Muito pouca gente a assistir. Estava marcado para as 19h30m e começou às 21h (pensava que aqui os concertos começavam a horas mas deve ser igual em todo o lado quando são concertos pequenos).
A banda de abertura era manhosa. O vocalista tinha um daqueles blazers à militar com botões dourados e isso pareceu-me logo um mau sinal. O som dos gajos era vulgar, cantavam em inglês, daquelas bandas em que não conseguimos fazer distinção entre todas as músicas que os gajos tocam durante o concerto. Tinham um teclista e um instrumento qualquer de sopro amarelo à The National ou à The Walkmen que raramente se ouvia bem mas que, das raras vezes em que se ouviu, me fez lembrar ligeiramente os National. O vocalista dizia umas piadas em sueco entre as músicas que, como é óbvio, não consegui perceber mas deviam ser coisas do tipo "então, pessoal, tá-se?", "como é que é?", "ali nos bastidores temos cerveja, hehe", "então, estão com frio?". Coisas que, como são as bandas a dizer, provocam sempre uns risos entre quem está a assistir.

Os Walkmen. Eu estava na primeira fila (sem pessoas em cima de mim, com espaço à volta), eles entraram e circulou uma aragem fresquinha. Cheiravam bem, a lavadinho. O vocalista vinha a mastigar uma pastilha e todos os gajos da banda vestiam camisas aos quadrados ou lisas.
Começaram com a New Country (aquela que pus aqui) e, catano, senti que não podiam ter começado com outra música.
Não vou falar do concerto e não quero bater na tecla de que o gajo tem a melhor voz do mundo e na raridade que é a voz de um vocalista ao vivo ser igualzinha à voz em disco durante um concerto inteiro.

Para que o resto do dia fosse também walkmeniano, às 23h e pouco perdi o último comboio de volta para Uppsala por dez minutos de atraso. Ohh ficar sozinha na rua durante seis horas durante a madrugada à espera de um comboio. Can't get more walkmeniano.
Entretanto juntei-me a uma rapariga daquelas que trazem uma mochila muito grande às costas. Ela estava sozinha, ia para o norte da Suécia trabalhar numa quinta de um amigo e também só tinha comboio de manhã.
Às cinco e quarenta apanhei o comboio de volta e já era dia. Quando cheguei chovia muito e caminhei à chuva durante 25 minutos até casa. Couldn't be more walkmeniano.



Quem me descobrir ganha um postal com uma paisagem da Suécia.

4 comentários:

upalalá disse...

Muito bem escrito

Francisco disse...

Apareces de vez em quando no canto inferior esquerdo a cantarolar e a fazer headbanging.

Francisco disse...

"Headbanging é um tipo de dança que consiste em movimentar violentamente a cabeça no ritmo da música, mais comum com metal, mas também com punk rock, hardcore e derivados do rock de maneira geral."

sara disse...

haha manda a tua morada por email