sábado, outubro 31, 2009

Francisco, o blogger deprimido

Francisco é um blogger dedicado, como podem constatar pelas fotografias.
É notável o empenho deste blogger, trabalhando em futuros posts na Suécia às dez e meia da noite a um sábado, escrevinhando o Moleskine preto com caligrafia de escritor, esforçando-se para presentear os seus leitores com as mais nobres ideias e sentimentos que o acometem a toda a hora.



O leitor que tiver boa visão e capacidade de adivinhação e ampliar a última fotografia, poderá vislumbrar o nome Bonnie 'Prince' Billy na página da esquerda, na terceira linha, remetendo esta referência para uma míriade de sentimentos depressivos que tão regularmente passam pela cabeça deste jovem blogger.
A partir de dia 3 de Novembro podem consultar estas e outras reflexões no blog do Francisco.

quinta-feira, outubro 29, 2009

Quero ler



Since the early 1980s, David Byrne has been riding a bike as his principal means of transportation in New York City (...) but the more cities he saw from his bicycle, the more he became hooked on this mode of transport and the sense of liberation it provided. Convinced that urban biking opens one’s eyes to the inner workings and rhythms of a city’s geography and population, Byrne began keeping a journal of his observations and insights (...) Bicycle Diaries also records Byrne’s thoughts on world music, urban planning, fashion, architecture, cultural dislocation, and much more, all with a highly personal mixture of humour, curiosity, and humility. Part-travelogue, part-journal, part-photo album.

Aqui.

Coisas que já não podem pensar oferecer-me alguma vez que eu faça anos porque já me ofereceram


É que a última vez que fiz anos quase recebia dois Book of Longing do Leonard Cohen.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Menosprezar o Outono could only be idiocy larerarerarara

Não, não, não. Que idiotice, menosprezar o potencial do Outono (ainda para mais numa cidade como esta). Sábado já me tinha apercebido disso, numa espécie de epifania decorrente da caminhada. Hoje ainda me apercebi melhor disso quando saí à rua.

São cinco da tarde, já anoiteceu completamente e vejo muitas luzes de carros a deslocarem-se muito muito ao longe e isto sim - qual Facebook - traz um conforto qualquer que vem de saber que há vidas e pessoas que se deslocam para sítios. Isto lembra-me um bocado ali a zona de Belém com a ponte sobre o Tejo embora não tenha absolutamente nada a ver, fisicamente falando.

[agora é a parte Francisco Vintage® do post]

Hoje vim a pé para casa enquanto ouvia a Atmosphere dos Joy Division e segurava na mão uma folha grande amarela de árvore que apanhei do chão. Tão morrissiano, tão indie. Tivesse eu o bolso de trás das calças à mostra e tinha enfiado para lá folhas. Não menosprezemos o Outono nem o facto de nos sentirmos morrissianos.

O Morrissey, pois é, coitado, que desmaiou num concerto. Primeiro foi o Cohen, agora o Morrissey. Quem será o próximo? Aceitam-se apostas.

domingo, outubro 25, 2009

Pois, assim anoitece às quatro e meia da tarde. Vou ali planear o meu suicídio antes que anoiteça mais cedo.

Domingo é dia de Drake

And I was green, greener than a hill
Where flowers grew and the sun shone still
Now I'm darker than the deepest sea
Just hand me down, give me a place to be

Sábado depressivo

Segui a recomendação da Cláudia e fui dar uma volta pela floresta.



























































Não fotografei pessoas porque não há. Aparecem pessoas ao longe, carros ao longe. Espelha, no fundo, a solidão existencial do indivíduo que não sei quê e cenas.
À noite fui ver dois documentários deprimentes (um sobre um doente terminal com cancro, outro sobre um homem que vive sozinho num farol na Islândia e é fascinado por pássaros). Estavam quatro pessoas na sala a contar comigo. A um sábado à noite, um festival internacional de curtas-metragens e documentários e quatro pessoas na sala. Ainda fico com melhor impressão destes gajos.

sábado, outubro 24, 2009

A vista da minha janela ao longo do tempo


6 de Setembro


10 de Setembro



12 de Setembro



26 de Setembro



3 de Outubro



10 de Outubro



11 de Outubro



12 de Outubro


24 de Outubro

Foi muito abrupto: ainda no dia 10 de Outubro havia sol.
(este and it goes on diz respeito à mudança na paisagem mas é cantado como na música: por isso o link para o vídeo, para perceberem a referência - o link não é numa de auto-comiseração)

sexta-feira, outubro 23, 2009

Plain

Depois deste post não mais consegui ouvir (e entender) a I'm Throwing My Arms Around Paris da mesma maneira. O que é óptimo.

quinta-feira, outubro 22, 2009

"Tried living in the real world instead of a shell (...) I was bored before I even began"

Há certas coisas que, quando as faço, me sinto a transgredir qualquer coisa. Um valor qualquer, uma coisa moral, não sei explicar: não penso no assunto mas sinto-me mal a fazer essa coisa. Como se não fosse uma coisa típica de mim, que corresponda a mim, e que eu estou à mesma a forçar. Há qualquer coisa em mim que não aprova aquilo.

Foi por isso que desactivei o Facebook (isto parece um anúncio: uma narração inteira e depois no "foi por isso que desactivei o Facebook" aparecia um gajo a andar na rua ou em casa).

Também não vejo qualquer utilidade naquilo e aquilo deprime-me: não me apetece ver fotografias de pessoas em sítios. Fiche, acho óptimo que as pessoas vão a sítios com amigos e partilhem fotografias de quando vão a sítios com amigos com outras pessoas interessadas em ver pessoas que vão a sítios com amigos.
A mim é que não me apetece ver séries de duas a quatro caras coladas para caberem numa fotografia, com monumentos atrás, a sorrirem enquanto uma das pessoas que está na fotografia agarra a câmara e tira a fotografia. Invariavelmente vemos sempre um bracito a segurar a câmara. O aspecto de 90% das fotografias é mais ou menos este:


Raramente - e nisto o Facebook que me perdoe mas o Hi5 era muito melhor - vemos fotografias de gajas que tiram fotografias em ângulos pouco convencionais enquanto fazem olhinhos e boquinha.

Os jogos do Facebook, em que muita gente anda viciada e que eu experimentei jogar também, são entediantes e muito pouco estimulantes das capacidades cognitivas básicas. Também não é por aí que o Facebook me conquista.

Pronto, acho que é isto.

quarta-feira, outubro 21, 2009

Reflexões sobre um dia de Facebook

O Facebook dá a sensação de se estar conectado a qualquer coisa, ao mundo, a uma coisa que tem vida. Nesse aspecto, é como ligar a televisão ou pôr um cd a tocar quando se chega a casa sozinho e faz impressão estar sozinho e não ouvir barulho. Isto pode ter um efeito positivo quando as pessoas se sentem sozinhas: é ligar o Facebook e ver que há pessoas lá (não sabia mas aquilo é género MSN e dá para ver quem é que está online e iniciar uma conversa).

O Facebook vem assim substituir o MSN - se calhar por isto mesmo é que cada vez vejo o MSN mais vazio. Afinal não é que as pessoas tenham arranjado uma vida: só se mudaram do MSN para o Facebook tal como no passado se mudaram do IRC para o MSN. Isto também tem um efeito positivo: sinto-me melhor agora por ver mais pessoas sem vida, como eu, pessoas que estão em casa à frente do computador. E acredito que não sou só eu, deve haver mais pessoas que se sentem melhor por perceberem que há outras pessoas sem vida.

E comparando o Facebook com o MSN, claro que o Facebook é mais interessante: mais não seja porque dá para ver fotografias. A coisa de que mais gostamos todos: ver fotografias uns dos outros.

Mesmo assim pensei que ia ser mais interessante ver as fotografias das pessoas. O problema é que são todas muito parecidas: pessoas em viagens, paradas à frente de um monumento qualquer, de férias não sei onde ou a visitar uma cidade qualquer com os amigos com um ar cansado e contente.

É oficial

Aderi ao Facebook.

terça-feira, outubro 20, 2009

Ver

É o nosso Daniel Johnston.

segunda-feira, outubro 19, 2009

Desmitificar a cena

Pronto, chego à conclusão que até para mim isto é demasiado robótico.

As pessoas não trocam olhares na rua (hoje tentei mesmo trocar olhares com todas as pessoas que passavam por mim e ninguém retribuiu o olhar que ofereci), no supermercado os empregados são inexpressivos a dizer quanto é que temos que pagar e a dar o troco. Até tenho medo de sorrir. Mais: quando vou na rua eu é que tenho de me desviar sempre das pessoas. Uma colega confidenciou-me que tem de fazer o mesmo. Até a forma como os gajos fazem jogging é robótica. Aliás, fazer jogging é uma coisa robótica, estoico-militar.

Há uns dias que não se vê o sol e, inesperadamente, isto é coisa que causa algum desespero. O céu é mesmo cinzento e denso, parece que nos fecharam num saco de plástico.

Não me importava de comer um pastel de Belém.

domingo, outubro 18, 2009

O post que se segue poderá não sei quê susceptibilidades do espectador

Às vezes quando estou assim vai não vai, naquela fase intermédia entre estar acordado e estar a dormir, vem-me à cabeça uma certeza súbita, sem pensar no assunto, de que vamos morrer um dia - claro - e de que alguém vai ter que morrer primeiro. É uma coisa inevitável. A menos que morramos todos numa catástrofe qualquer. Quem morre primeiro? Quem irá ao funeral de quem? Vens tu ao meu funeral ou vou eu ao teu? Vamos ter conversas fúteis nos funerais uns dos outros? Como é que será vermos amigos que viam, respiravam, falavam, riam e sentiam sem esse impulso que os fazia fazer essas coisas? E depois imagino as caras, que ficam sempre com um ar seráfico no caixão, com aquela expressão dos passarinhos pequeninos indefesos que caem das árvores e que levamos para casa para os alimentarmos mas que no dia seguinte estão deitados de lado sem se mexerem.

Dois meses

É giro ver que afinal há mesmo diferenças entre pessoas de sítios diferentes. Reparei nisso por ter ido a Londres. É giro que em Londres uma pessoa anda na rua e troca olhares a torto e a direito com as pessoas que também andam na rua. E as pessoas vão com pressa, dirigem-se a sítios, e mesmo assim trocam olhares. Em Londres as pessoas também andam aos pares - não andam só sozinhas - e falam alto (o que é óptimo porque dá para ouvir a pronúncia dos gajos).

Só reparei nisto por ter ido a Londres: serve como termo de comparação. Estou aqui há dois meses e uma pessoa habitua-se e esquece-se de como são as coisas em Lisboa. Aqui as pessoas andam sozinhas, é raro ver díades. E quando andam em díades falam baixo (pudera, é uma língua horrível, eu também falaria baixo). Raramente trocam olhares com as pessoas que passam por elas.

Ah, e aqui não há casais agarrados. Devo ter visto uns dois até agora.

sábado, outubro 17, 2009

Comboio Uppsala-Estocolmo

O vídeo é um bocado chato, mas já que gravei deixo aqui.

quinta-feira, outubro 15, 2009