terça-feira, novembro 24, 2009

Been there, done that: Parte II

Sexta-feira. Fiquei naquela parte antes do jantar em que era ostracizada por causa dos Black Eyed Peas.

Pois é, depois tudo o resto se passou rápido nesse dia: jantar, ir lá fora ver o mar (uma mancha preta solene indiscernível do céu também ele uma mancha preta solene), ir ao bar que tinha karaoke e acho-que-me-vou-deitar-que-estou-cansada. Fui para a cama em paz: com a These Boots are Made for Walking cantada em karaoke, portanto.

Sábado de manhã chegámos a Riga. Revejo as 12 fotografias que tirei para me lembrar melhor.
Sei que tínhamos umas cinco horas para andar em Riga antes de voltar ao barco.

Pelos vistos os interesses dos compinchas de grupo eram basicamente os mesmos pois que todos seguiam pelas ruas satisfeitos e com os mesmos comportamentos. Um dos compinchas de grupo, o albanês, apoderou-se de um mapa de Riga mal pôs os pés em terra e jamais o largou. Dizia-nos: "vamos seguir este percurso desenhado no mapa que é o percurso para ver as fachadas dos monumentos mais importantes". Seguia sempre à frente, sempre ansioso, sempre sedento de mais fachadas de monumentos. Os outros compinchas, mais preguiçosos, andando lentamente, mais ansiedade despoletavam no jovem albanês sedento de arquitectura.

Sei que andámos muito em círculos e que não andámos nada de especial. Ao vislumbrarem qualquer prédio, por mais vulgar que fosse, todos os compinchas de grupo abrandavam o passo, chegando mesmo a parar. Metiam a mão ao bolso à velocidade da luz e sacavam vigorosamente das máquinas fotográficas. De máquina fotográfica em riste, fotografavam muito durante 10 segundos o mesmo prédio e continuavam depois todos a andar outra vez. Todos com as mesmas fotografias em cada máquina. Fotografias de grupo foram também actividade escolhida pelos compinchas de grupo.

Compinchas de grupo entraram também em cinco lojas diferentes de souveniers: desisti de entrar à segunda pois todas as lojas de souveniers têm exactamente a mesmíssima coisa que todas as outras lojas de souveniers e quem não percebe isso, bem, não sei. Se as lojas de souveniers na Suécia têm Vickings e renas e se as lojas de souveniers em Portugal têm o galo de Barcelos, bonecas russas preenchiam as prateleiras das lojas de souveniers de Riga.

Para além de tempo para tomar o pequeno-almoço num café com bolos bons e visitar uma igreja com um quadro do Lutero na parede, sobrou ainda tempo para almoçar e para ir ao supermercado. Era tempo de voltar para o barco.

Que bom visitar Riga. Ei, já estive em Riga. I had a great time in Riga, exprimem as fotografias das pessoas no Facebook. Às tantas há quem acredite nisso. Mas eu cá sei que nenhum de nós esteve em Riga.

[para finalizar, noite de sábado é brevemente descrita amanhã]

1 comentário:

Anónimo disse...

muito gosta a malta de arquitectura, não é?

esse albanês foi a personagem principal do filme. aliás, a personagem principal és tu que narras a história com sarcasmo e desprezo, e o albanês é o fala barato do grupo de quem todos riem das piadas.

depois, no fim, tu que não gostavas do albanês, descobres que ambos se complementam e começam um namoro, ao que os outros colegas tiram fotos que aparecem no fim do filme aquando da ficha técnica.

tens de meter aqui fotos.