domingo, outubro 18, 2009

O post que se segue poderá não sei quê susceptibilidades do espectador

Às vezes quando estou assim vai não vai, naquela fase intermédia entre estar acordado e estar a dormir, vem-me à cabeça uma certeza súbita, sem pensar no assunto, de que vamos morrer um dia - claro - e de que alguém vai ter que morrer primeiro. É uma coisa inevitável. A menos que morramos todos numa catástrofe qualquer. Quem morre primeiro? Quem irá ao funeral de quem? Vens tu ao meu funeral ou vou eu ao teu? Vamos ter conversas fúteis nos funerais uns dos outros? Como é que será vermos amigos que viam, respiravam, falavam, riam e sentiam sem esse impulso que os fazia fazer essas coisas? E depois imagino as caras, que ficam sempre com um ar seráfico no caixão, com aquela expressão dos passarinhos pequeninos indefesos que caem das árvores e que levamos para casa para os alimentarmos mas que no dia seguinte estão deitados de lado sem se mexerem.

2 comentários:

Anónimo disse...

E ver amigos que não viam, não respiravam, não falavam, não riam nem sentiam - que já estavam mortos em vida - , como será? Já pensaste nisso?

Sara disse...

Lol, a egocentrar desde 1978.