domingo, agosto 30, 2009

Jardins, cisne e migração de pássaros




A coisa branca na primeira fotografia é um cisne que estava deitado. Podem ver o olho a preto.

Bolachas



Entram para o top 3 das melhores bolachas com pepitas de chocolate.

sábado, agosto 29, 2009

Mais informação

Aqui em Uppsala há uma parte da cidade em que as pessoas gritam todos os dias às dez da noite:

Rio


No caminho para o centro da cidade.

Terça-feira


É dia de ver a melhor banda do mundo: os Walkmen.
Era editar o livro dos 1001 discos para ouvir antes de morrer e pôr lá o You & Me.

Este é um post à estudante de Erasmus





Ontem, no encontro dos estudantes estrangeiros no departamento de psicologia (eramos uns 10), conheci uma rapariga finlandesa que mora onde eu moro. Ela tem um cavalo e trouxe o cavalo dela aqui para Uppsala. Ele está num estábulo a 10km e ela vai lá tratar dele e passear com ele todos os dias: é uma caminhada de 40 minutos no meio da floresta. Convidou-me para ir ontem e eu fui. Tudo lindo lindo lindo. Campos lindos lindos lindos. Árvores e plantas esquisitas e lindas lindas lindas. O primeiro cavalo é o da rapariga que conheci. O segundo cavalo era um cavalo que vi enquanto passeávamos. O cão era o cão de uma rapariga que lá andava a tratar de um cavalo. Cão muito simpático e muito giro. Também conheci uma gata muito sociável mas não consegui tirar-lhe fotografias.
Já tenho bicicleta. Tiro-lhe uma fotografia e da próxima vez que puder aceder à internet ponho aqui.

segunda-feira, agosto 24, 2009

Antecipaste-ze-liu

Afinal não são só as músicas de uma certa pessoa que falam sobre "as pessoas":
http://lishbuna.blogspot.com/2009/08/o-pais-dos-zezes-vi-agora-tematicamente.html

Olá

Olá.
Estou outra vez no café do outro dia. Hoje bebo uma coisa melhor: um copo grande de chocolate quente com chantili em cima. Já não me enganam com as sofisticações das frutas misturadas com cenas.
Tenho andado muito muito muito a pé. Mesmo muito, mesmo mesmo muito. A minha média de quilómetros por dia, num dia em que ande menos, deve ser uns 10. Isto assim no mínimo. Se for ao hipermercado (o Willy's) que é mais longe ainda ando mais que isto por dia. Bem mais. O dia em que andei mais foi o dia em que decidi ir ao IKEA e à loja das bicicletas a pé: era mesmo muito longe e só se viam fábricas e assim (ainda não tenho bicicleta mas amanhã estudantes vendem-nas usadas numa universidade e eu vou lá tentar comprar uma).
Felizmente tenho os melhores ténis do mundo. Sim, agora posso afiançar que são os melhores ténis do mundo. Grandes ténis, os melhores ténis de todo o sempre. A propósito, se alguém vier visitar-me traga uns ténis mesmo muito confortáveis. Os melhores ténis do mundo, de preferência. De qualquer forma o meu pé esquerdo está esquisito e não consigo dobrá-lo de uma determinada forma. Mas eu resisto.
Fotografias, para provar que estou mesmo em Uppsala:

Como podem ver, tenho uma porta lá para fora, uma espécie de varanda mas que não é uma varanda porque não tem limites de espaço. Não me arrisco a abrir a porta nem a janela muitas vezes porque das vezes em que abri a janela uma aranha entrava lá para dentro, sendo que a aranha do dia seguinte era sempre maior que a do dia anterior. Entretanto já lavei o parapeito.
Só vejo relva e árvores e o sol a bater na relva e nas árvores. É muito, hum, tranquilizante. A cena fiche nesta cidade é que a maioria das casas está em espaços verdes e as pessoas ficam, hum, tranquilas. As pessoas aqui gostam muito de se mexer e no parque há sempre pessoas a correr, a andar, a andar de bicicleta, a passear os cães e a fazer piqueniques. Disseram-me que como o Verão dos gajos é instável e curto, que eles gostam de aproveitar os dias bonitos.

Em frente à janela fica isto. Isto é a minha cama (lá em cima) e cá em baixo está uma secretária e uma cómoda, no caso de terem dificuldades em interpretar a figura.
E isto é a parte da cozinha, pois é. Como podem observar na figura 3, já comprei detergentes sendo que um é igual ao CIF mas chama-se JIF. Tenho ali frutinha também. Muito interessante.
Pronto. Agora o caminho do centro da cidade para o sítio onde eu moro, com o rio do lado esquerdo:


Há muitos barcos aqui. Disseram-me que este rio vai dar a Estocolmo.

Hoje começou a semana de orientação para os estudantes estrangeiros que chegam agora. Até pensei em ir. Não pensei só, até fui mesmo lá determinada a inscrever-me na Uppsala guided tour que começava às 11h. Mas cheguei ao sítio das inscrições e vi uma fila muito grande com jovens a falarem e tal, pensei que aquilo não era a minha cena e voltei para trás. Faço uma tour por Uppsala sem ser guided e prefiro assim. Sou um ser solitário e todos os esforços de excessiva socialização nunca me agradam muito depois de ter feito o esforço.
Fui à Igreja depois disso (sim, aqui são protestantes: igreja luterana):
Tenho mais imagens mas é uma seca passá-las para aqui. Quando tiver internet faço isso. Ao pé desta igreja há um cemitério muito grande. Nada de muros altos como em Lisboa. As pessoas até fazem jogging no cemitério e passeiam os cães. As lápides são cinzentas escuras e muito simples. Vi uma lebre no cemitério ontem.

sexta-feira, agosto 21, 2009

Olá

Sim, estou viva.
Vim aqui a um café que tem internet e estou a beber um, erm, smoothie de manga e coentros. Blargh. Os sacrifícios que uma pessoa faz para aceder à internet.
A internet é lenta.

Sim, agora este é mais um daqueles blogues irritantes em que as pessoas contam a vida noutro país. A única diferença é que acho que nunca vou pôr fotografias de pessoas com caras gordurosas, coradas e sorridentes e louras em festas.

Nunca vi tantos carrinhos de bebé por metro quadrado. Ou as pessoas têm mesmo filhos lá dentro ou então usam-nos vazios porque está na moda, não sei.

quarta-feira, agosto 19, 2009

terça-feira, agosto 18, 2009

Mochila

1,99€ no regresso às aulas do Continente.
Nunca se viu mochila tão barata. Até custa a acreditar. O símbolo é é parecido com o dos mods.






segunda-feira, agosto 17, 2009

Missão


Ler o Educação Sentimental do Flaubert em três dias (sim, aquele livro ali do lado esquerdo).

Livro particularmente interessante: o gajo, personagem principal, vê uma mulher num barco, apaixona-se à primeira vista e tenta tornar-se amigo íntimo da família da mulher, através do marido dela. E torna-se mesmo amigo íntimo da família. Ai, o longing. Cada interacção ou possível interacção com aquela mulher altera-lhe o estado de espírito, as convicções todas, põe-lhe o coração a bater muito depressa, muda o rumo que o gajo quer dar à vida.

Ah, basta apenas vê-la e todo o seu sistema nervoso se activa.

domingo, agosto 16, 2009

Música de ir embora




The news is all good
And I'm flying higher
I'm back on my own

Don't worry about me
I got no more baggage
Threw all my old things away

I got your letter
Thanks for the offer
I really don't need a thing
Open the door in front of me

The sun is now shining down on me
Meet me as soon as you can
Bring me the money you owe for me
Taking my head out of the sand

Oh, maybe I'll go see the world
There's plenty of places to see
Voices I never have heard
Look at the way it ought to be

Oh, I'm all alone
Oh, I'm all alone
I know you're still listening to me
Isn't a lot as far as I see

sábado, agosto 15, 2009

sexta-feira, agosto 14, 2009

Dicas para poupar espaço na mala de viagem

Enfiar meias dentro dos sapatos. Aprendi pelo Google.

quinta-feira, agosto 13, 2009

O melhor de todos

Neil Young receberá a distinção de "Personalidade do Ano" pelo "exemplo de integridade artística e pela criatividade ao longo de mais de quatro décadas", afirmou o presidente da Academia Discográfica dos Estados e da Fundação MusiCares, Neil Portnow.

Pimba, toma lá.
Não sei o que é que estas distinções significam ao certo para quem as recebe mas fico feliz à mesma porque ele é o melhor de todos e fico mesmo feliz quando isso é reconhecido de alguma forma. Não negligencio os outros, há dias em que também os acho os melhores de todos.

quarta-feira, agosto 12, 2009

19

Para quem nunca morreu nem esteve quase a morrer, ir para outro país durante meses ou durante anos deve ser o mais parecido que há com morrer. Para todos os efeitos, passa-se a não-existir onde antes se existia, com tudo o que isso implica. Vai-se existir para outro lado. Agora imaginemos isto sem internet: ainda mais parecido com morrer devia ser isto tudo.

terça-feira, agosto 11, 2009

Também já pensámos nisto

Esta tinha mesmo que pôr aqui:

I can't stand the way you go on MySpace and people's profiles are all about what they like and don't like. They are such dutiful little consumers and they willingly reduce themselves to shopping lists. I don't think saying you like banana smoothies is really establishing a deep enough connection with other human beings.

(Jarvis Cocker, Junho de 2009)

segunda-feira, agosto 10, 2009

Encher chouriços

Ontem à noite, como vai sendo hábito, fiz a ronda do costume pelos canais todos da televisão. Na Sic havia um directo, e nestas coisas dos directos a pessoa sempre pára durante um bocado maior de tempo nesse canal que tem o directo do que nos outros que não têm (excluir-se-ão como é óbvio os programas de entretenimento em que pessoas cantam bem ou dançam bem ou em que pessoas conhecidas cantam decor músicas conhecidas para ganharem pontos).

Na Sic havia então uma festa de Verão, a festa "Carachique", nome que ainda demorei um bocado a perceber tratar-te da festa Caras Sic e não da festa Caras Chique, embora qualquer um dos dois nomes acentasse bem ao que eu tinha visto até ali. Havia uma passadeira vermelha lá fora, entrevistadores lá fora (antes de entrar na festa propriamente dita) e entrevistadoras dentro da festa propriamente dita. O directo baseava-se em os entrevistadores lá fora abordarem pessoas conhecidas que se dirigiam para a festa propriamente dita, que acontecia dentro de um espaço fechado com música alta propriamente dito. As entrevistadoras lá dentro, por sua vez, entrevistavam pessoas conhecidas e não-conhecidas que fruiam já da festa propriamente dita.

As entrevistadoras que estavam na festa propriamente dita pareciam ter sido recolhidas do balcão de uma loja de roupa do metro da Alameda à última hora por haver falta de mulheres bonitas na Sic, mulheres que teriam habilidade para não ser tão confrangedor vê-las falar, mesmo que só dissessem merda. Mas como não tinham disso, que agora é Agosto e a malta está de férias, passaram ali pela loja de roupa do metro e trouxeram um par de lojistas que veio de boa vontade (podia ser que engatassem o segurança da discoteca ou o DJ, pensou uma delas).

A festa era numa discoteca qualquer do Algarve e as frases e perguntas dos entrevistadores eram coisas do género: "ah, que festa animada", "animação total nesta festa Caras Sic!", "então, preparado para esta grande festa?", "já está a dançar, não é? dançar é imperativo numa festa como estas, não é?". Os entrevistados eram pessoas mesmo muito bronzeadas e os vestidos das gajas eram muito foleiros, regra geral, também com ar de loja do metro. Um entrevistado respondeu qualquer coisa como "escolhemos sempre as festas a dedo, só vimos quando sabemos que vai ser uma grande festa e que vai estar montes de gente que nós conhecemos".

Esta resposta fez-me pensar outra vez na pergunta que surge quando vejo uma festa destas e que surgiu da única vez (recente) em que tive a feliz ideia de ir a uma festa deste género (em menor dimensão) porque alguém que eu conhecia lá ia cantar músicas dos 80s. Como é que estas pessoas se divertem, de copo da mão, em pé, durante horas a fio a falar com uma data de gente que conhecem mais-ou-menos e a ouvir música merdosa muita alta? Não é cansativo? Será que ficam deprimidos quando chegam a casa e têm que recuperar durante uma semana? Não suponho que se sintam como eu, deprimidos e deslocados ao fim de meia-hora mas, porra, gostam mesmo daquilo? Não se sentem nem um bocadinho mal por ali estarem?

Voltando à festa, o directo foi uma repetição de perguntas e respostas tolas. Não sei quanto tempo durou porque o problema disto tudo é que aquilo vicia o espectador e é difícil mudar de canal. Talvez porque o espectador mantém a esperança de que vá acontecer alguma coisa diferente a seguir. É como os programas das quatro da manhã em que as raparigas querem muito dar dinheiro às pessoas e fazem questão em frisá-lo muitas vezes: até com esses programas é difícil mudar de canal e queremos mesmo saber, como se fosse uma questão de vida ou de morte, quais são as palavras começadas pela letra Z para objectos que costumam estar numa cozinha.

domingo, agosto 09, 2009

Vocação

Jarvis Cocker dá-nos 16 lições de vida:

15. YOU DON'T CHOOSE WHAT TO DO

As soon as I said to myself I was going to stop making music I started writing songs in my head. If you have to try too hard, that means it's not really the thing for you. I know that's probably an invitation for people to be lazy but it's true.

sábado, agosto 08, 2009

La belle personne



Tem todos os ingredientes para ser um típico filme francês armado ao pingarelho: tem o Louis Garrel (que tem um dos melhores narizes da história dos narizes), umas mamas despropositadas que não fazia diferença nenhuma se não aparecessem, cenas sexuais e dilemas amorosos entre jovens (homossexuais também, claro). O professor apaixona-se pela aluna nova, a aluna nova também está apaixonada pelo professor. No final, ela decide não ficar com ele porque o amor não é eterno e mais cedo ou mais tarde o gajo arranjava outra e deixava de gostar dela e ela sofria muito e assim. Então ela vai embora para longe. Aparecem muitas músicas do Nick Drake durante o filme metidas a martelo. A actriz principal é bonita e o resto dos actores também.

sexta-feira, agosto 07, 2009

Mais outro

Este é de 2008. Não ponho mais nenhum, descansem. Chama-se Senhora e cinco gatos numa noite como as outras e retrata, erm, no fundo, o tédio existencial citadino que culmina numa fase de angústia por volta da meia-noite. Foi pintado a óleo (comprado também nos chineses das Olaias) e o óleo foi diluído com acetona do Mini-preço. Isto era um quadro que eu gostava de pintar assim naturalista, se tivesse jeito. Alguém que tenha jeito para desenhar coisas naturalistas, por favor roube-me a ideia e faça um quadro naturalista. Obrigada.

quinta-feira, agosto 06, 2009

Criação artística de Julho

Quero, em primeiro lugar, agradecer à loja dos chineses das Olaias por me deixarem lá comprar uma tela e pastéis para criar esta obra profunda, cheia de significado existencial. Uma colega disse-me que o pastel era para usar em folhas de papel e não em telas mas eu usei na mesma porque há que ver se as convenções têm razão de ser. O grande contra de usar pastéis numa tela é que o pastel é para espalhar com os dedos e o dedo fica a doer quando se esfrega uma tela inteira com força. Deve ser menos agressivo esfregar uma folha de papel. Esta obra retrata, erm, no fundo, aqueles dias em que apetece vomitar pessoas e por isso mesmo chama-se: O homem que vomitava pessoas.

quarta-feira, agosto 05, 2009

Miragem

Há uns tempos vi-o várias vezes em vários sítios: na rua (pela janela do meu quarto), num transporte público, a bater palmas num programa de televisão e até num centro comercial. Mas afinal nunca era ele. O Zé Pedro dos Xutos e Pontapés aparecia em tantos sítios a fazer tanta coisa - a comentar concertos em festivais ("a banda está em forma", "tocam um garage rock revivalista", "vi-os em Londres o ano passado" e tiradas do género), a dar entrevistas, a fazer entrevistas desinteressantes a bandas num programa que tinha na Sic Radical - que houve uma altura em que eu o via mesmo onde ele não estava. Como o gajo não tem aparecido muito agora, parece que deixei de o ver onde ele não está e acho que me sinto feliz por isso.

terça-feira, agosto 04, 2009

Ferir susceptibilidades

Se quando falamos com alguém estamos o tempo todo a tentar controlar e a rever o que vamos dizer nos dois segundos seguintes, com medo de ferir susceptibilidades, é mau sinal. É a melhor forma de aferir se vale a pena manter uma conversa ou um relacionamento com uma pessoa. Quando é preciso pôr panos quentes é melhor ficar pelo cumprimento educado now and then e pelo diálogo de rotina com perguntas desinteressantes e respostas previsíveis now and then também.